Herbert José de Sousa (1935-1997), conhecido como Betinho, um mineiro de Bocaiúva, foi um sociólogo e ativista dos direitos humanos brasileiro. Betinho teve sua formação profissional na UFMG, concluindo Sociologia e Administração Política Pública no início dos anos 60.

Com o golpe militar, em 1964, mobilizou-se contra a ditadura, mantendo viva a sua luta pelas causas sociais. Com o aumento da repressão, foi obrigado a se exilar, tendo conseguido asilo no Chile, Canadá e México.

Em 1981, junto com outros dois economistas, fundou o IBASE - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, e passou a se dedicar à luta pela reforma agrária, mas o projeto pelo qual se imortalizou foi, provavelmente, a Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida”, movimento em favor dos pobres e excluídos.

Betinho, assim como outros dois irmãos, era portador de hemofilia, uma condição genética que altera a coagulação do sangue.

Vítima de infeção pelo HIV, em decorrência das inúmeras transfusões a que se submeteu por conta da hemofilia, Betinho tornou-se um símbolo na luta por uma Hemoterapia de qualidade em nosso país. Por sua coragem, força, dedicação, despojamento e abnegação, Betinho teve seu nome indelevelmente associado à Lei nº 10.205, de 21 de março de 2001, que estabelece uma política nacional de sangue, componentes e hemoderivados, regulamentando o § 4o do art. 199 da Constituição Federal, relativo à coleta, processamento, estocagem, distribuição e aplicação do sangue, seus componentes e derivados, estabelece o ordenamento institucional indispensável à execução adequada dessas atividades, e dá outras providências.

Os principais destaques da "Lei Betinho" são:

• Proibição da comercialização do sangue e seus derivados;
• Criação da hemorrede nacional, que hoje conta com mais de três mil unidades, entre hemocentros, hemonúcleos, agências transfusionais, postos de coleta, centrais sorológicas e unidades de coleta e transfusão.